sábado, 30 de agosto de 2014

Problemas pela ausência de planejamento dos transportes, uma visão política

Problemas pela ausência de planejamento dos transportes, uma visão política
Fernando Jaques dos Santos

Todo brasileiro acha que entende de transporte, como acontece no futebol, cada um tem uma solução diferente para os problemas das cidades quando se fala de mobilidade urbana, no entanto, quando o diagnóstico é errado aplica-se a medicação para esses problemas também errada. Tem-se que atacar a causa do problema e não a consequência.
Em entrevista ao jornal R7 o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou ser simpático à ideia de que o transporte individual ajude a financiar o público. Será que o gestor público teria pulso para implementar algo desse tipo ?
Aparentemente um mandato de quatro anos não é suficiente para que políticos iniciem e concluam seu programa de restruturação do setor de transportes.  É sabido que investimento em transporte é acompanhado de desenvolvimento econômico, de mais competitividade para região.
Percebe-se que vários planos são elaborados para atenuar os problemas do setor, de acessibilidade e mobilidade. Porém não é dado continuidade desses planos. Mais uma vez a questão do transporte torna-se uma peça de barganha política. Os políticos sabem da importância em solucionar o caos do trânsito das cidades, tornando o tema como promessa política em ano eleitoral.
Vale ressaltar que o mau funcionamento do setor de transportes não é apenas culpa dos gestores das cidades, mas de uma negligência histórica de planejamento de transportes. A Política Nacional de Mobilidade Urbana foi sancionada em 2012. Enquanto que no Brasil apenas 3,8% dos municípios elaboram planos para o setor, segundo dados do IBGE 2012, nos Estados Unidos em 1962 o “Federal Aid-Highway” indicou que cidades a partir de 50 mil habitantes devem ter um Planejamento dos Transportes.
Os problemas de transportes devem ser solucionados com uma visão macro, analisando as cidades como um sistema. Se a evolução das cidades é inevitável então o estado tem que dispor de medidas mitigatórias como criação de leis para minimizar o impacto dos polos geradores de viagens, estimular o uso de bicicletas com ciclovia ou ciclo faixas nas regiões onde a topografia for favorável, adicionar facilidade de transportes e o mais importante desenvolver atividades educativas nas escolas de ensino fundamental, médio e superior, para que haja uma mudança cultural, tornando o usuário da via mais tolerante e respeitoso com as leis e demais usuários. 

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