Problemas pela ausência de planejamento dos
transportes, uma visão política
Fernando Jaques dos Santos
Todo
brasileiro acha que entende de transporte, como acontece no futebol, cada um
tem uma solução diferente para os problemas das cidades quando se fala de
mobilidade urbana, no entanto, quando o diagnóstico é errado aplica-se a medicação
para esses problemas também errada. Tem-se que atacar a causa do problema e não
a consequência.
Em
entrevista ao jornal R7 o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou ser
simpático à ideia de que o transporte individual ajude a financiar o público.
Será que o gestor público teria pulso para implementar algo desse tipo ?
Aparentemente
um mandato de quatro anos não é suficiente para que políticos iniciem e concluam
seu programa de restruturação do setor de transportes. É sabido que investimento em transporte é
acompanhado de desenvolvimento econômico, de mais competitividade para região.
Percebe-se
que vários planos são elaborados para atenuar os problemas do setor, de
acessibilidade e mobilidade. Porém não é dado continuidade desses planos. Mais
uma vez a questão do transporte torna-se uma peça de barganha política. Os
políticos sabem da importância em solucionar o caos do trânsito das cidades,
tornando o tema como promessa política em ano eleitoral.
Vale
ressaltar que o mau funcionamento do setor de transportes não é apenas culpa
dos gestores das cidades, mas de uma negligência histórica de planejamento de
transportes. A Política Nacional de Mobilidade Urbana foi sancionada em 2012. Enquanto
que no Brasil apenas 3,8% dos municípios elaboram planos para o setor, segundo
dados do IBGE 2012, nos Estados Unidos em 1962 o “Federal Aid-Highway” indicou
que cidades a partir de 50 mil habitantes devem ter um Planejamento dos Transportes.
Os
problemas de transportes devem ser solucionados com uma visão macro, analisando
as cidades como um sistema. Se a evolução das cidades é inevitável então o
estado tem que dispor de medidas mitigatórias como criação de leis para
minimizar o impacto dos polos geradores de viagens, estimular o uso de
bicicletas com ciclovia ou ciclo faixas nas regiões onde a topografia for
favorável, adicionar facilidade de transportes e o mais importante desenvolver
atividades educativas nas escolas de ensino fundamental, médio e superior, para
que haja uma mudança cultural, tornando o usuário da via mais tolerante e
respeitoso com as leis e demais usuários.
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