sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Complexidade do Planejamento e Gerenciamento dos Transportes

A Infraestrutura dos transportes é muito importante para o desenvolvimento de qualquer região, é um dos principais fatores de produção na economia, agente indutor de riqueza e desenvolvimento e determina a mobilidade das pessoas. A falta de planejamento para o setor provoca congestionamentos e diminuição da qualidade dos serviços de transporte.  
A falta de uma gestão técnica deste crescimento, associada à carência de recursos para investimentos no setor de infraestrutura influenciaram negativamente e tornaram o sistema defasado, tais como: logradouros estreitos, falta de transporte coletivo em quantidade e qualidade suficiente e carência de intervenções técnicas que melhorem as condições de trafegabilidade.
O trânsito é um problema complexo inerente às grandes cidades e, tem se tornado um tormento para as pessoas, com grandes perdas de tempo, dinheiro, saúde, além de aumento da poluição, entre outros. Não existe solução mágica, mas sim um conjunto de pequenas intervenções que possam mitigar os impactos que os congestionamentos causam nas grandes cidades. É necessário intervir para evitar o colapso nas cidades. Estudos técnicos sugerem medidas, tais como:
·   Curto prazo: aumento da fiscalização e tolerância zero contra os infratores, retirar das ruas os carros irregulares e em más condições, criar áreas de retenção de motos, sinalização vertical e horizontal;
·  Médio prazo: modernizar o controle de tráfego, criação de faixas exclusivas para o transporte coletivo e ciclovias, restringir a circulação de veículos em algumas vias;
· Longo prazo: determinar um plano de investimentos no setor, integração dos modais.
As politicas públicas do setor deveriam ter como diretriz otimizar o uso do espaço de circulação, objetivando a melhoria da acessibilidade urbana. Uma das principais soluções para o trânsito é um planejamento com foco na adequação do transporte público, para que o mesmo se torne mais atrativo e, assim mais utilizado, retirando das vias os carros. Tal planejamento deve seguir metodologias técnicas, que vão desde a análise da geração, a distribuição e a locação das viagens, verificando a adequação dos modais.
Percebe-se a necessidade de um planejamento integrado para as cidades, considerando não só as consequências, mas também as causas para a saturação do sistema. O acompanhamento do uso do solo; gerenciamento da oferta e demanda por viagens; investimentos coerentes na infraestrutura dos transportes visando o transporte coletivo; faixas exclusivas para ônibus; regulação do sistema com a fiscalização no cumprimento da legislação; adoção de meios alternativos como as ciclovias; e educação no trânsito.
O transporte coletivo tem como objetivo deslocamento de um elevado número de passageiros substituindo assim o automóvel, visando à melhoria da qualidade de vida, redução dos congestionamentos, impactos ambientais e econômicos. O setor de infraestrutura lida com a carência de recursos, sendo de vital importância gerenciar esta demanda por transportes, desde a geração de viagens e a necessidade de mobilidade da população.

Ao possibilitar a eficiência do transporte público tornando-o atrativo para o usuário do transporte individual, consequentemente haveria diminuição dos congestionamentos, menos poluição e, menos perdas para a economia. Associado ao planejamento e gerenciamento deve-se utilizar como ferramenta a conscientização e educação da população, fomentando o uso da bicicleta e do transporte coletivo e, o cumprimento da legislação de transito.

André Rafael Nasser

domingo, 18 de agosto de 2013

Software escolhido Ingrid & Andre

Software escolhido: SITRAFFIC CONCERT
Os fluxos de trafego estratégico estao sempre crescendo e se diversificando, e a tensão resultante está aumentando progressivamente. Em muitas cidades, o trafego exige um sistema de planejamento e controle aprimorado, que faça mais sentido estrategicamente e seja adequado a situação.
Dessa forma, a Siemens desenvolveu o SITRAFFIC CONCERT


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Software escolhido - Bruno e Laryssa

Software: PTV VISSIM

PTV VISSIM é um dos softwares do pacote Vision Traffic Suite. Foi desenvolvido pelo PTV Group em Karlsruhe, Alemanha. É utilizado como ferramenta para o planejamento de transporte em casos de análise de capacidade, controle de sistema de tráfego, simulação de transporte público, planeja o impacto do desenvolvimento da cidade relacionado ao trânsito e outros.

Link do vídeo de uma simulação de rotatória com prioridade para trens feita pelo software:

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Software Escolhido - Gilmar/Jason

SCATS
 É um dos softwares mais eficientes reduz paradas de veículos em 40%, queda na emissão de gases em 7%.
O sistema foi desenvolvido em parceria com a australiana Tyco, que detém os direitos de comercialização do software SCATS, desenvolvido pelo RTA, órgão responsável pelo transito no estado de New South Wales, na Austrália, e reconhecido hoje entre os mais eficientes do mundo. Segundo dados da empresa, o uso do sistema em semáforos reduz as paradas de veículos em até 40% e diminui incidências de atraso em até 20%. O software também traz sua contribuição ao meio ambiente ao provocar queda nas emissões de gases em 7% e de consumo de combustível de 12%.


Fonte:
Jornal Hoje em Dia - Belo Horizonte - MG
Alta tecnologia para os semáforos
9 de Novembro 2010

Software escolhido - Torquato/Otávio

TransPlan V1.3


Descrição:
Modelação de transportes.
Autores:
António P. Antunes
Bruno Santos

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O USO DE FAIXAS EXCLUSIVAS PARA REDUÇÃO DE TEMPO NO TRÁFEGO DAS PESSOAS NA AV. DJALMA BATISTA

Problemas de congestionamentos são comuns em várias cidades do mundo, visto que estas são dinâmicas e estão sempre em crescimento. Sendo assim, cabe aos profissionais das áreas de planejamento e engenharia de tráfego junto com os governantes buscar soluções e irem adaptando a cidade aos novos engarrafamentos e demais problemas que aparecem. As melhorias começam com pequenas intervenções em várias partes do sistema de transportes (calçadas, estacionamentos, sinalizações, vias, dentre outras), que somadas otimizam o tempo no trânsito nas vias das cidades.

Sempre esteve claro que para uma cidade ter boas condições de tráfego, era necessário priorizar o transporte coletivo (ônibus, metrô, etc.). Estes que além de serem mais econômicos para o usuário, são mais eficientes (levam mais pessoas por metro quadrado) e colaboram para redução de impactos ambientais, visto que reduz o fluxo de automóveis particulares. Uma intervenção necessária para dar prioridade ao sistema de transporte coletivo de Manaus, dando maior velocidade e consequentemente redução no tempo de viagem, seria implantar faixas exclusivas para os ônibus nas principais vias. Modelo este, que gera ótimos efeitos no trânsito e é amplamente usado em diversos países desenvolvidos como França, Inglaterra, EUA e também em cidades brasileiras como Curitiba e São Paulo. Em Manaus, uma via que poderia ser base para a implementação do modelo seria a Av. Djalma Batista, que é um via com muitas reclamações dos usuários, por possuir grande quantidade de tráfego e congestionamentos diariamente.

Nela seriam implantadas duas faixas exclusivas em cada sentido da pista como mostrado no esquema da figura 3. Uma no sentido sul-norte começando no cruzamento com a Av. Álvaro Maia e terminando no início da Av. Torquato Tapajós, outra no sentido norte-sul com percurso contrário. Essas podem ser vistas nas figuras 1 e 2. Para o sistema não seguir os erros do Expresso em 2001, a população precisaria ver que o novo modelo funciona. Nisso, um sistema de fiscalização atuante, com multas elevadas aos veículos e demais meios não autorizados para trafegar na faixa é fundamental, pois as pessoas passarão a ver que as leis estão sendo aplicadas e irão consequentemente segui-las. Deve-se também reduzir o tempo
entre coletivos e ter a sinalização adequada. Vale destacar que assim como os demais veículos serão multados caso invadam as faixas exclusivas, os ônibus também terão a mesma punição caso saiam de suas faixas por motivos quaisquer que não de necessidade.

Os coletivos poderão sair das faixas nas seguintes condições: chegada de cruzamento de ruas, no caso, quando o veículo estiver chegando na Djalma, terá uma distância limite para entrar nas faixas após fazer a curva conforme indicado esquematicamente na figura 4, em caso de acidente nas faixas e em reforma destas. Assim como há exceções para os coletivos, os veículos individuais também poderão trafegar nas pistas exclusivas em algumas situações. Táxis, desde que possuam passageiros e não tenham película no vidro que impeça visão interna, porém, não serão permitidos a parar para embarcar ou desembarcar passageiros, estes devem ser feitos em locais autorizados pela empresa reguladora do trânsito de Manaus. Veículos de passeio poderão trafegar no período de 23h30min às 04h30min, assim como motos.

O sistema seria válido para todos os ônibus, inclusive os alternativos (micro-ônibus). Para estes, recomenda-se que haja uma diminuição ou retirada completa de sua frota, que passariam a trafegar apenas em vias secundárias e de menor porte, pois o aumento da quantidade de ônibus de grande porte deve ser prioridade para que mais pessoas possam trafegar na via em menos espaço, evitando os automóveis individuais e de porte médio. O recuo de paradas também seria necessário, já que evitaria que os coletivos parassem desnecessariamente por esperar o que se encontra a frente sair da parada e assim, poderiam trafegar livremente sem perda de velocidade.

Com a implementação deste sistema na Av. Djalma Batista, espera-se que o tempo no transporte coletivo diminua e que mais pessoas passem a usar ônibus para suas viagens diárias. O modelo pode ser de grande ajuda para que seja usado em mais vias da cidade, visto que não é apenas nessa avenida que há problemas com engarrafamentos. Sendo que se bem projetado, executado e mostrando as prováveis melhorias, não haveria porque não ser usado em mais vias da cidade. Esta intervenção, porém, é apenas uma das várias que devem ser feitas na otimização da mobilidade urbana nas vias de Manaus.


Figura 1: Mapa do local de início e término das faixas exclusivas – sentido Sul à Norte
Fonte: Google Maps


Foto do local de início e término das faixas exclusivas – sentido Sul à Norte
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=475912


Figura 2: Mapa do local de início e término das faixas exclusivas – sentido Norte à SulFonte: Google Maps



Figura 3: Modelo de faixas exclusivas na av. Djalma Batista
Fonte: Autoria própria


Figura 4: Exceção de invasão do ônibus em manobras de conversão
Fonte: Autoria própria 


















quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pode ser o começo...

Finalmente o governo parece estar dando atenção as calçadas, arborização e estacionamentos nas vias.
Vamos ver se a realização desta obra (se realmente ocorrer) serve de exemplo para o restante da cidade.

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2013/07/em-manaus-projeto-da-nova-djalma-batista-deve-custar-r-15-milhoes.html

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Falta de Calçadas para os Pedestres

Gilmar Castro de Aquino Junior
A cidade de Manaus, devido a falta de planejamento dos transportes, apresenta um grande problema que vem se agravando com o passar do tempo e com o crescente número de veículos que chegam a cada dia em suas ruas, pois, dentre outros problemas, pode-se notar de imediato a ocupação desordenada das calçadas.
Os mais diversos tipos de empreendimentos que acabam gerando tráfego de veículos em seus arredores em sua grande maioria, não oferecem estacionamento para quem o frequenta, dessa forma, o usuário não tendo alternativa, acaba por estacionar seu veículo ou em local onde é proibido estacionar ou na maioria das vezes nas próprias calçadas que  deveriam estar livres para a circulação do pedestre, pois da mesma forma que há o trânsito de veículos, também há o de pedestres, e estes se utilizam das calçadas para tal.
 Porém, não são somente os carros que ocupam desordenadamente e que dificultam o tráfego de pedestres nas calçadas, mas também, a presença obstáculos como, postes no meio das calçadas, os mais diversos tipos de propaganda obstruindo a passagem do pedestre, comércio informal que se instala em qualquer ponto nas vias, estabelecimentos que invadem o espaço público além da própria falta de infraestrutura da calçada que faz com que o pedestre tenha que andar na pista de trânsito.
A ausência de calçadas, portanto, se dar pela má ocupação e conservação das mesmas, uma vez considerando que, a calçada é um espaço público para a utilização do pedestre. Deste modo, a cidade de Manaus precisa de políticas que tornem difícil essa utilização desordenada das calçadas, possibilitando que o motorista tenha opção de estacionar seu veículo em algum local e que façam com que os estabelecimentos passem a oferecer estacionamentos, ou até mesmo criando estacionamentos rotativos pela cidade, além de colocar fiscalização para que não só os veículos, mas como os outros fatores citados anteriormente, não interfiram no tráfego dos pedestres deixando assim a calçada livre para circulação. Tais medidas possibilitariam ainda, que as pessoas passassem a caminhar mais, uma vez que se sentiriam mais a vontade e mais confortáveis nas calçadas, para realizar uma boa caminhada e por conseguinte deixariam seus veículos em casa, quando lhe fosse conveniente diminuindo assim o número de veículos nas vias.

Portanto, a má ocupação das calçadas ou a falta delas, faz com que o pedestre não se sinta a vontade para caminhar livremente nelas, pois o mesmo, passa a ter que se desviar dos carros estacionados nas calçadas, dos postes e outros obstáculos que ficam no meio da passagem de pedestres, e uma vez que este problema fosse resolvido e se passasse a ter mais fluidez nas calçadas, os pedestres ficariam mais a vontade para caminhar, e assim deixariam seus veículos em casa, diminuindo então fatores como o engarrafamento nas vias.

domingo, 21 de julho de 2013

A centralização da mobilidade na figura do automóvel na cidade de Manaus e no Brasil

             É consentimento de grande parte da população de Manaus que a cidade possui graves problemas em relação à mobilidade urbana. A dificuldade de locomoção é oriunda de adversidades distintas, porém, comuns a todas as regiões metropolitanas que não possuem um planejamento adequado.     A centralização do automóvel como modelo predominante de locomoção representa a variável mais destacada dessa situação supracitada e as principais razões para isso são a falta de confiança no transporte público coletivo, a cultura consumista em relação ao carro e os inúmeros incentivos dados pelo Governo na produção e comercialização do veículo.
            As intervenções urbanas nos últimos anos na capital amazonense tiveram como objetivo primordial a melhoria ou aberturas de novos complexos viários que beneficiassem apenas o usuário do transporte individual. Esse direcionamento foi responsável por gerar vias completamente adaptadas somente para o uso do carro, pouco para os ônibus, e praticamente nada para pedestres e ciclistas.  Disso, advém a desconfiança dos utentes em relação ao uso do transporte coletivo de massa e a individualização do sistema. A solução para isso nasceria de uma melhor gestão dos recursos disponíveis, conceito que é pré-requisito no entendimento de qualquer governante, uma vez que a aplicação de 41 milhões de reais no complexo viário Gilberto Mestrinho, inaugurado em 2010, se destinada à melhoria e aumento da frota de ônibus poderia ter resultados mais significativos.
            A cultura consumista em torno do carro no Brasil é procedente desde a era Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Nessa época houve a fundação de Brasília como capital do país, incentivos à abertura de rodovias e instalações de indústrias automobilísticas no território nacional. Diante da precariedade do sistema público de transporte em Manaus, o alto consumo do carro tem crescido estatisticamente ao longo dos anos e evidenciado a necessidade do poder público em convergir esforços para apresentar projetos e melhorias visando o interesse coletivo.
            Diante da necessidade em atrair empresas multinacionais visando tornar o país atrativo do ponto de vista empresarial e gerador de empregos, tem-se visto intensamente, desde meados de 2002, incentivos concedidos à produção e fabricação de veículos automotores. Fiat, Volkswagen, Renault são exemplos de indústrias automobilísticas que investem recursos milionários aproveitando-se desse grande mercado consumidor. É fato que a iniciativa privada tem uma parcela significativa no desenvolvimento do país, porém, é necessária a estruturação desse sucesso de modo que o recolhimento desses bons índices econômicos deva caminhar na direção paralela de uma infraestrutura de qualidade.

            A cidade de Manaus precisa se estruturar para comportar todo tipo de mobilidade e não apenas aquela centrada na figura do carro, regra válida para as principais regiões metropolitanas no Brasil. O excesso de carros é um problema comum a todas essas cidades e as intervenções do poder público são de suma importância. O desincentivo do uso do carro parte primeiramente do oferecimento da melhoria do transporte público, arborização e política paisagista que incentivem o deslocamento a pé e a abertura de ciclovias nas principais vias.

sábado, 20 de julho de 2013

O Impacto causado pelos Pólos Geradores de Tráfego na cidade de Manaus


A falta de planejamento urbano e a tomada de decisões errôneas do passado refletem nos dias de hoje. Nos anos 60, quando o país optou pelo transporte rodoviário como principal meio de transporte, houve um incentivo na compra e venda de automóveis, e, assim, as pessoas começaram a pensar na mobilidade urbana como algo individual e esqueceram-se de investir no transporte público, as consequências disto são visíveis nos dias de hoje. Nesta mesma época, a cidade de Manaus, com o incentivo da Zona Franca de Manaus cresceu de forma acelerada, e sem nenhum planejamento.
Manaus está entre uma das principais cidades brasileiras, e, assim como as outras metrópoles, o município já sofre com os problemas no trânsito. Este fato pode ser evidenciado diariamente nos engarrafamentos quilométricos sofridos pelos seus habitantes. Entretanto, através de uma análise mais detalhada, percebe-se que os principais corredores viários apresentam problemas semelhantes, dentre estes podemos destacar a ausência de divisão de faixas de rolamento, falta de espaços destinados a parada e estacionamento de veículos na vias da cidade, poluição visual, aglomerado de pólos geradores de tráfego, e dificuldades na mobilidade de pedestres.
O deslocamento das pessoas dentro de uma cidade ocorre em função da ocupação do solo, e segundo o Denatran, o município deve promover iniciativas visando garantir ao cidadão o seu direito de ir e vir de forma segura e preservando a qualidade de vida. Os pólos geradores de tráfego (PGT) são empreendimentos que atraem grande parte da população e traz consequências tanto para o sistema viário quanto para outros fatores em seu entorno, por este motivo, antes que seja instalado um PGT deverá ser analisado os reflexos que esta nova situação produzirá na cidade.
 Em Manaus, percebe-se uma total negligência com a implantação dos PGT’s, a cidade possui alguns aglomerados inflados por estes empreendimentos e sem qualquer infraestrutura para suporta-los. O licenciamento dos PGT’s é feito com base em critérios distintos daqueles indicados pelas normas e o resultado disto é o surgimento de gargalos no tráfego causando transtornos à população.
A falta da análise dos impactos sobre as vias de acesso e adjacentes é perceptível quando se encontra problemas no tráfego, sendo mais frequentes os picos de congestionamentos próximo aos PGT’S. Este fato pode ser agravado com a utilização das vias públicas para estacionamento, e provável bloqueio das vias de acesso dos pedestres. Além disto, verifica-se um conflito entre o tráfego de passagem e aquele que se destina ao PGT.
Desta maneira, verifica-se que a via sofre um esgotamento viário e recomenda-se que seja previsto a implantação de mecanismos capazes de reduzir ou reparar os efeitos indesejáveis sobre o trânsito da área.

A Evolução do Planejamento dos Transportes em Manaus


 
O Brasil é um país marcado por sua colonização exploratória, onde aqueles que detinham poder eram os mesmos que definiam os rumos de expansão da colônia, assim, o crescimento do país foi resultado da necessidade dos colonizadores na época.
A cidade de Manaus, localizada no estado do Amazonas, desde sua descoberta, foi tida como um local distante dos grandes centros urbanos. No fim do século XIX, o ciclo da borracha teve seu apogeu, trazendo riquezas e benefícios para a cidade, ou seja, sendo a primeira cidade do Brasil a possuir luz elétrica, com a implementação dos bondes elétricos como meio de transporte. Nesta época, o Brasil reconhecia o modal ferroviário como um meio de transporte principal, além de oferecer baixo preço, grandes volumes de tráfego e percorrer grandes distâncias, assim, devido a importância do ciclo da borracha para o Brasil, iniciou-se a integração ferroviária do Amazonas com o restante do país.
Contudo, foi um período que durou pouco tempo, e então, no início do século XX a borracha teve seu declínio, levando Manaus ao profundo esquecimento e abandono, e assim, a integração ferroviária também entrou em crise. Durante este período a ocupação populacional da cidade era mais concentrada na área sul, centro-sul, oeste e centro-oeste, devido a proximidade do centro da cidade e dos grandes polos culturais, como o teatro amazonas.
Só então nos anos 60, com a implementação da Zona Franca de Manaus, a cidade sofreu um crescimento econômico e populacional, com imigrantes vindo de diversos locais do Brasil e ocupando principalmente as regiões leste e norte do município, tendo o bairro da cidade nova como a área mais populosa da cidade. Nesta mesma época, o governo do então presidente, Juscelino Kubitschek, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil, através da implementação de centenas de rodovias dentro mesmo, e com isto, aquela integração ferroviária foi substituída pela integração rodoviária.
A Zona Franca de Manaus continua sendo o principal polo econômico, levando trabalho e renda à todo o estado. Entretanto, a ligação do Amazonas com o resto do país ainda é comprometida, uma vez que a malha ferroviária e rodoviária que tentaram implementar nunca foi efetivamente concluída com qualidade e eficiência. Outro agravante que se mostra, é o fato do estado ser banhado por uma malha fluvial, e segundo especialistas, este deve ser o modal escolhido para a região, valorizando aquilo que o local já possui.
Dentro da cidade de Manaus, o transporte público é feito principalmente através de ônibus que deslocam as pessoas em todos os pontos da cidade. Contudo, a falta de um planejamento prévio de crescimento populacional levou à diversas falhas na malha rodoviária da cidade que comprometem a mobilidade urbana. A falta de investimento em mais de um modal e, por consequente, a integração dos mesmos, levou ao caos urbano, onde cada cidadão prefere adquirir um automóvel particular à se arriscar no transporte público oferecido. 
Assim, percebe-se que o transporte no Brasil e, especificamente em Manaus, passou por diversas modificações durante sua história e até hoje sofre consequências das escolhas errôneas. Já está na hora do país traçar um plano de transporte que abranja todos os estados e ofereça um transporte público digno aos seus habitantes.

  
http://radaramazonico.com.br/milhoes-para-a-mafia-do-transporte-coletivo-de-manaus-diz-deputado/

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A FALTA DE CALÇADAS TRAFEGÁVEIS NA CIDADE E COMO MUDAR ESTE CENÁRIO

Cidades planejadas tem como prioridade o tráfego de pessoas em suas vias, seja por bicicleta ou caminhada. Estas geralmente fazem com que sua população tenda a usar mais os meios não motorizados, pois as atraem devido as suas condições agradáveis para passeio. As calçadas são um tipo de via que permite esse transporte. Manaus deixa a desejar nesse quesito, já que em suas principais vias, poucos são os trechos possíveis de ser completados por meios não motorizados como bicicletas ou mesmo a pé.

Uma avenida que poderia começar a instalar calçadas passeáveis e mudar esse cenário era a Djalma Batista, pois possui vários pontos atrativos à população como shoppings e praças, além de possuir grande extensão. Uma proposta para levar a Djalma Batista a ter calçadas trafegáveis seria o desbloqueio, alargamento, continuidade e arborização destas, que são estreitas em diversos pontos e também difíceis de passar por vários obstáculos como postes, paradas de ônibus, colunas e estacionamentos.

Para isto ocorrer seria necessário um grande plano e equipe dos governos municipal e estadual no estudo do problema, visto que esta alteração iria afetar muitos estabelecimentos empresariais e comerciais. Uma análise sobre os impactos que uma obra de tais proporções irá gerar, durante e após conclusão, e o cálculo de custos totais, são fundamentais para a viabilização, assim como os objetivos devem estar bem claros para uma conscientização e entendimento dos benefícios futuros para todos.

Um ótimo planejamento com análise das vantagens e desvantagens é de suma importância, pois para a execução disto, seria necessária a desapropriação e recuo de vários estabelecimentos comerciais, deixar várias calçadas intrafegáveis por certo período, o que em uma via de grande movimento seria problemático, além do que, iria gerar transtornos no trânsito como engarrafamento da avenida que é uma das principais da cidade.

Porém os benefícios seriam muito maiores, já que a população passaria a usar mais os meios de transporte não motorizados para se locomover, diminuindo o número de veículos, a poluição visual diminuiria com a implementação da vegetação e distanciamento de edificações, a avenida deixaria a cidade mais atrativa, assim como outras que possuem seus calçadões (Ipanema - RJ, Av. Beira Mar - FO, Av. Paulista - SP e etc.), sendo que poderia ser posto em determinados trechos ou ao longo total, ciclovias, assim como, a cidade estaria caminhando para uma mudança na organização dos transportes, que começaria a priorizar as pessoas e não mais os veículos como em outros tempos. Contribuindo desta forma, para a melhoria da mobilidade urbana que é tanto questionada pelos moradores de Manaus.

Portanto, este problema que é recorrente em todas as principais ruas da cidade teria seu ponto de início para uma correção mais ampla, trazendo vários benefícios como os já citados. Sendo que os habitantes da região são de extrema importância para que isto possa ocorrer, pois sua vontade determina muitas decisões governamentais. 

Vias de Manaus - Fotos

Alguns dos problemas encontrados nas principais vias da cidade de Manaus:



 Calçada bloqueada por poste de luz e proteção de concreto - Av. Efigênio Sales (18.07.13)

 Calçada bloqueada por placa de sinalização de trânsito - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Calçada sendo usada com estacionamento para carros - Av. Maceió (18.07.13)
Via não possui acostamento ou ciclovia - Av. das Torres (17.07.13)
 Suporte de antiga placa de sinalização de trânsito bloqueando a calçada - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Calçada bloqueada por poste de luz e proteção de concreto - Av. Efigênio Sales (18.07.13)
 Av. Maceió também não possui nenhum tipo de acostamento - Av. Maceió (18.07.13)
 Av. General Rodrigo Otávio é outra via sem acostamento - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Av. das Torres sem acostamento - Av. das Torres (17.07.13)
  Outra parte da Av. das Torres sem acostamento - Av. das Torres (17.07.13)
A falta de acostamento é observada em toda a extensão da via - Av. das Torres (17.07.13)

Vida de Pedestre

Vida de Pedestre


Manaus possui um sério problema: as calçadas. As calçadas da cidade de modo muito curioso mostram não serem feitas para os pedestres. Mas afinal, se as pessoas não podem usar, quem é que irá fazer isso? Mas a resposta vem logo. As calçadas são feitas para os postes de luz e as placas de sinalização de trânsito, e também para serem usadas como estacionamento pelos carros e motos. É uma situação curiosa e aparentemente não muito complexa de ser resolvida, mas que causa constrangimento e dificuldade para as pessoas que estão se locomovendo a pé.

Os pedestres existem antes dos carros, carroças, motos, caminhões, metrôs e qualquer outro tipo de transporte. E a locomoção a pé existe muito antes de todos esses meios de transporte também, por conseqüência. Mas o fato dos carros terem dominado a cidade de Manaus influencia o poder público de forma a priorizar os veículos a motor e esquecer o resto, incluindo o pedestre.

E quais as soluções para o problema? Seriam coisas de outro mundo, complicadas e inviáveis? Vamos analisar. Um poste de luz no meio de uma calçada. Na grande maioria das situações, existe espaço para que o poste de luz seja colocado mais para o lado. A distância de 50cm faz uma imensa diferença numa calçada, por exemplo. Para efeito de comparação, uma porta de banheiro, onde uma pessoa passa normalmente, possui geralmente 60cm. Deslocar os postes de luz 50cm para o lado é uma solução fácil de se resolver, e que pode ser feita na hora da instalação do poste.

As placas de sinalização de trânsito caem na mesma situação. Elas também podem ser deslocadas para o lado, não ficando no meio das calçadas, que na cidade de Manaus já são geralmente estreitas, e não atrapalhar o pedestre. Além do pedestre, existe outro “tipo” pessoa que sofre ainda mais: o “P.N.E.” (Portador de Necessidades Especiais). Como alguém numa cadeira de rodas pode trafegar numa calçada de 1m de comprimento e com um poste exatamente no meio dela?

Além de deslocar os postes, precisa-se acabar com o uso das calçadas para estacionamento de carros e motos. E nesse caso o “culpado” não é apenas o indivíduo que estaciona seu veículo em cima da calçada, mas também o estabelecimento que está próximo da via. Comércios, escolas, entre outros, precisam possuir um estacionamento próprio e que atenda a necessidade requerida. Caso não tenha, e não possa construir um espaço, não deve receber autorização para abrir. O poder público deve checar o lugar e ver se tem condições ou não de se abrir uma escola, estabelecimento comercial ou qualquer outro tipo de coisa no determinado local.

A solução é difícil? Inviável? Existem fiscais na prefeitura, por exemplo, que podem fazer isso. Existe um órgão que deveria checar esse tipo de coisa. O Implurb, Instituto Municipal de Planejamento Urbano deveria atentar justamente para o “Planejamento Urbano”. Não é uma coisa de outro mundo colocar os postes um pouco mais para o lado, as placas de sinalização também, possuir um estacionamento se você tem um PGT (Polo Gerador de Tráfego) na via. Não é uma coisa sem sentido as calçadas serem feitas para as pessoas. É normal, e é o que deveria acontecer na cidade de Manaus. Resolver é fácil. Pode ser feito antes mesmo de existir o problema. Mas enquanto as calçadas ainda estão assim, como é difícil essa vida de pedestre!

                            Calçada bloqueada por poste e proteção de concreto
                            Av. Efigênio Sales (18.07.2013)
                              Calçada bloqueada por placa de sinalização
                              Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
                            Calçada sendo usada como estacionamento
                            Av. Maceió (18.07.13)
                            Calçada bloqueada por poste e proteção de concreto
                            Av. Efigênio Sales (18.07.13)
                             Calçada bloqueada por placa de sinalização
                             Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
Ausência de calçadas em Manaus

As calçadas são de principal importância para o sistema viário, visto que são responsáveis pela circulação de pessoas, funcionando como vias de acessos para tráfego de pedestres, de forma a produzir tanto para estes quanto para os motoristas um transito satisfatório no sistema de uma cidade. Essas vias, são consideradas componentes de uma infraestrutura básica, dessa maneira não deveriam ser banalizadas, pois as mesmas são opções mais adequadas e práticas para a locomoção de pedestres. A mobilidade urbana é diretamente dependente das calçadas, para o deslocamento de pessoas, pois somente é através delas que a população pode transitar de maneira mais segura, garantindo sempre o conforto para o pedestre.
A acessibilidade nas calçadas é um direito que toda população deveria usufruir, no entanto não é o que acontece em Manaus, por conta do estado degradante delas e principalmente pela sua ausência. Ao circular pela cidade, é comum observar, principalmente nas avenidas Djalma Batista, Darcy Vargas e Efigênio Sales, diversos problemas nas calçadas, tal como obstrução; obstáculos no meio das vias – por exemplo postes e lixeiras; falta de manutenção e rampas para portadores com deficiência (PCD); declividades e aclives fora dos padrões estabelecidos por norma; degraus desregulares. Um dos problemas mais comuns analisados na região, sem contar com a falta de conservação e a largura pequena das calçadas, são os camelos ocupando um amplo espaço, dificultando o acesso dos pedestres, fazendo com que os mesmos transitem pelas ruas ou avenidas. As péssimas condições de circulação nas calçadas para os PCD’s tornam difícil ou até inviável o tráfego por essas vias.

A partir da análise exposta, observou-se que as calçadas das vias das principais avenidas da cidade de Manaus se apresentam de forma inapropriada para a circulação de pedestres em geral. Desta forma é preciso adequar as mesmas para que atendam as necessidades de todos, tomando as seguintes providências: construção de calçadas estruturadas, com inclinação que permita a passagem adequada de pessoas sem e com necessidades especiais e largura suficientemente segura para pedestres; sinalização adequada para deficientes visuais; estacionamentos organizados que não atrapalhem a circulação de pessoas; retirada dos ambulantes que ocupam as calçadas e a locação dos mesmos em pontos comerciais, auxiliando-os a sair da informalidade; alocar de forma inteligente as lixeiras e postes para que não atrapalhem a mobilidade; construção de rampas padronizadas permitindo o fácil acesso para cadeirantes; e também, uma maior conscientização da população para o cuidado e respeito com as calçadas, possibilitando assim a manutenção do sistema.


    Anexos:

    Av. Djalma Batista:

    1. Obstáculos (carros, postes, camelôs) que impedem a passagem de pedestre e obstruções nas calçadas.

           





    Av. Darcy Vargas:

    2.  Ausência de rampas para portadores com deficiência (PCD).



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Polos Gerados de Problemas no Trânsito


A necessidade das pessoas de se movimentarem da inicio a importância de se planejar sistemas para que elas o possam fazer de forma que garanta sua mobilidade e acessibilidade. A cidade de Manaus antigamente seguia basicamente o modelo de muitas cidades da época, em que o cidadão podia se deslocar pra vários locais percorrendo pequenas distâncias uma vez que os comércios, lojas restaurantes, hospitais e outros estabelecimentos se concentravam no centro da cidade, fazendo assim que as pessoas levassem em média 30 minutos nos seus deslocamentos para esses locais.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento da zona franca de Manaus o qual trouxe uma grande explosão no crescimento populacional da cidade, a mesma já necessitava de um planejamento que acompanhasse o desenvolvimento e o crescimento da cidade, porém, não foi o que aconteceu, pois a cidade cresceu de forma desordenada e começaram a surgir edificações e empreendimentos por todos os cantos que por falta de planejamento que não previam sistemas que pudessem facilitar ou simplesmente não causar impactos no trânsito de cidade, paralelo a isso, as invasões que foram surgindo com a expansão da cidade, também agravaram o problema da falta de planejamento, pois, a partir de então, gerou-se a necessidade de um sistema que pudesse abranger essas diversas comunidades agora espalhadas ao redor de Manaus.
A ocupação desordenada do solo de Manaus, vêm trazendo cada vez mais problemas na questão do trânsito que é diretamente afetado por isso, por causa do descaso de alguns estabelecimentos, comércios, shoppings e outros empreendimentos que são polos geradores de tráfego (PGT) e por causa disso deveriam se preocupar em dar acessibilidade para que as pessoas ao entrar e sair destes estabelecimentos, não gerassem nenhum tipo de problema para quem está nas vias de passagem, porém, não é isso o que vem acontecendo nesses últimos anos, estes empreendimentos ocupam de forma desordenada o espaço urbano sem se preocupar em dar estacionamentos, fazendo com que os usuários estacionem seus veículos em qualquer parte das vias, muitas vezes até onde é proibido estacionar. Podemos notar também que muitos desses PGT não viabilizam o escoamento do fluxo de veículos para que ao entrarem ou saírem do estabelecimento, estes passem por uma via de ligação antes de entrar na via principal.  

Portanto, os polos geradores de tráfego associados a falta de planejamento de transportes, causam impactos diretos no trânsito de Manaus, uma vez que estes não se preocupam em interagir o trânsito dos usuários em seus estabelecimentos, com aqueles que não estão nele, fazendo assim que haja desordem tanto na entrada quanto na saída destes gerando mais congestionamentos e consequentemente a lentidão do trânsito como um todo.

Efeito Dominó da Falta de Planejamento de Transportes


Gilmar Castro de Aquino Junior
A falta de planejamento de transportes na cidade de Manaus vêm trazendo uma séries de problemas que ocorrem como um efeito dominó, onde uma peça derrubada empurra o restante das peças, e a peça final desse sistema resulta na insatisfação dos usuário de transporte sejam eles motorizados ou não.
O usuário de transporte público é um dos que mais sofre com a falta de planejamento, pois o sistema público de transporte em decorrência disso, torna-se ineficiente. Os usuários passam horas dentro de um ônibus coletivo devido aos enormes engarrafamentos na cidade em horários de pico e atualmente em horários comuns em que deveria haver mais fluidez nas vias da cidade, bem como os usuários de transporte particular também sofrem por esse ciclo de problemas que a falta de planejamento causa no sistema de trânsito da cidade.
Devemos também levar em consideração a questão cultural, ou melhor, a falta dela, que faz com que a população necessite de campanhas de conscientização para adotar outros métodos de deslocamento para chegar ao seu destino, sendo que estas campanhas também ainda não existem na nossa cidade, assim, percebemos um enorme número de veículos que trafegam muitas vezes apenas com o condutor e com um agravante, que é a questão de muitas vezes seu destino fica a poucos quilômetros do seu local de saída, o que poderia então fazer o usuário adotar outra solução pra chegar ao seu destino passando a ser menos um veículo congestionando as vias, porém o mesmo prefere andar no seu transporte particular devido ao precário sistema de transporte público, o que também acaba gerando mais custos no transporte coletivo uma vez que este precisa fazer longas distâncias com poucos passageiros. A falta de ciclovias e a ausência ou má ocupação das calçadas dificulta qualquer cidadão de chegar ao seu destino, pois uma calçada ocupada implica muitas vezes que o cidadão tenha que andar nas beiras das ruas onde trafegam todo tipo de veículos.
Outro fator que também podemos observar é a questão da insegurança que o cidadão sente se por ventura lhe ocorre de fazer seu trajeto caminhando, ou até mesmo se este opta por esperar o transporte coletivo ainda mais nos horários noturnos, pois sabemos que muitas das ruas da nossa cidade são perigosas e não tem policiamento em qualquer horário muito mais quando se trata do horário noturno, logo, o cidadão não está disposto a arriscar sua vida quando pode fazer sua ida e/ou volta caminhando, nem de bicicleta e nem quando está esperando o transporte público nas paradas de ônibus.

Portanto, a falta de planejamento de transporte de um modo geral desorganiza o trânsito, cria congestionamentos, aumenta o número de veículos sobre o pavimento asfáltico o que gera custos no sistema de transporte como um todo, além de não dar condições para que o usuário arranje outros meios de se locomover quando no caso deste precisar fazer pequenos trajetos.

A evolução do serviço de transporte coletivo em Manaus


O transporte coletivo pressupõe o atendimento da necessidade de deslocamento de trabalhadores e pessoas em geral, englobando assim aspectos econômicos e de mobilidade urbana. Dessa maneira, atua como suporte para o desenvolvimento da atividade econômica e provê o bem estar da população, quando funcionando de maneira eficiente. Em Manaus, desde o final do século XIX, é possível observar, através de leis aprovadas nessa época, a preocupação do poder público em suprir a capital com serviços de locomoção urbana.
   Os primeiros transportes coletivos, implantados em 1896, foram às locomotivas de tração a vapor, que atuaram de forma temporária. Somente nos anos finais do século XIX, ocorreu a implementação dos bondes elétricos, que era considerado o meio de transporte mais moderno a época. Porém havia dificuldades para instituir o sistema de bondes, como a construção e amplificação das linhas de tráfego, devido a disposição espacial da cidade. Como não atendia toda a demanda necessária, a população se mostrava insatisfeita, o que gerava certo desconforto político. Mesmo com os impasses, em 1897 já existiam 16 km de linhas, com 16 bondes para o transporte de cargas e 10 bondes para o transporte de pessoas. Em 1913, o sistema de bondes elétricos começou a decair junto com o declínio do mercado da borracha. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a utilização dos transportes de bondes diminuiu ainda mais, por motivos econômicos e pela insuficiência na produção de energia elétrica.
  Com o declínio dos bondes elétricos na cidade de Manaus, iniciaram os primeiros serviços de transporte de ônibus. Mesmo com a decadência dos bondes, os dois concorriam entre si, com o transporte de bondes mais voltados para as áreas centrais e o ônibus atendendo as demandas das áreas periféricas. Apesar dos problemas dos bondes, os seus serviços funcionaram até 1957, onde foram finalizados em contraposição aos habitantes, pois eram considerados mais econômicos que os ônibus. A partir de então, o ônibus passou a ser o principal meio de transporte coletivo até os dias de hoje.
   Apesar do transporte público na capital ser essencialmente baseado no uso do ônibus, o mesmo não deixou de ser alvo do descontentamento da população. O sistema não tem capacidade para transportar a demanda necessária, apresentando problemas de superlotação, atrasos, imprevisibilidade e até paralisação de viagens por problemas mecânicos devido à falta de manutenção da frota.
  Além disso, a tarifa elevada do sistema não condiz com o serviço prestado aos usuários. Situação essa que tem gerado discussões, reclamações, e até protestos por parte da população objetivando a diminuição no valor da tarifa e a melhoria do serviço.
  Outras soluções de transporte coletivo têm sido propostas para Manaus, como o Monotrilho e o Bus Rapid Transit (BRT), contudo nenhuma das alternativas até o momento se mostrou técnica e economicamente favoráveis por não promover a integração do sistema como um todo.
        Portanto, é possível perceber que, apesar de inicialmente planejado, o transporte coletivo da capital tem sido sempre incapaz de atender as necessidades de seus usuários. A falta de planejamento encarece muito a prestação de serviço e o torna ineficiente. Tornando assim muito difícil a situação daqueles que dependem do transporte coletivo e desencorajando o seu uso em frente ao transporte individual.