quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Falta de Calçadas para os Pedestres

Gilmar Castro de Aquino Junior
A cidade de Manaus, devido a falta de planejamento dos transportes, apresenta um grande problema que vem se agravando com o passar do tempo e com o crescente número de veículos que chegam a cada dia em suas ruas, pois, dentre outros problemas, pode-se notar de imediato a ocupação desordenada das calçadas.
Os mais diversos tipos de empreendimentos que acabam gerando tráfego de veículos em seus arredores em sua grande maioria, não oferecem estacionamento para quem o frequenta, dessa forma, o usuário não tendo alternativa, acaba por estacionar seu veículo ou em local onde é proibido estacionar ou na maioria das vezes nas próprias calçadas que  deveriam estar livres para a circulação do pedestre, pois da mesma forma que há o trânsito de veículos, também há o de pedestres, e estes se utilizam das calçadas para tal.
 Porém, não são somente os carros que ocupam desordenadamente e que dificultam o tráfego de pedestres nas calçadas, mas também, a presença obstáculos como, postes no meio das calçadas, os mais diversos tipos de propaganda obstruindo a passagem do pedestre, comércio informal que se instala em qualquer ponto nas vias, estabelecimentos que invadem o espaço público além da própria falta de infraestrutura da calçada que faz com que o pedestre tenha que andar na pista de trânsito.
A ausência de calçadas, portanto, se dar pela má ocupação e conservação das mesmas, uma vez considerando que, a calçada é um espaço público para a utilização do pedestre. Deste modo, a cidade de Manaus precisa de políticas que tornem difícil essa utilização desordenada das calçadas, possibilitando que o motorista tenha opção de estacionar seu veículo em algum local e que façam com que os estabelecimentos passem a oferecer estacionamentos, ou até mesmo criando estacionamentos rotativos pela cidade, além de colocar fiscalização para que não só os veículos, mas como os outros fatores citados anteriormente, não interfiram no tráfego dos pedestres deixando assim a calçada livre para circulação. Tais medidas possibilitariam ainda, que as pessoas passassem a caminhar mais, uma vez que se sentiriam mais a vontade e mais confortáveis nas calçadas, para realizar uma boa caminhada e por conseguinte deixariam seus veículos em casa, quando lhe fosse conveniente diminuindo assim o número de veículos nas vias.

Portanto, a má ocupação das calçadas ou a falta delas, faz com que o pedestre não se sinta a vontade para caminhar livremente nelas, pois o mesmo, passa a ter que se desviar dos carros estacionados nas calçadas, dos postes e outros obstáculos que ficam no meio da passagem de pedestres, e uma vez que este problema fosse resolvido e se passasse a ter mais fluidez nas calçadas, os pedestres ficariam mais a vontade para caminhar, e assim deixariam seus veículos em casa, diminuindo então fatores como o engarrafamento nas vias.

domingo, 21 de julho de 2013

A centralização da mobilidade na figura do automóvel na cidade de Manaus e no Brasil

             É consentimento de grande parte da população de Manaus que a cidade possui graves problemas em relação à mobilidade urbana. A dificuldade de locomoção é oriunda de adversidades distintas, porém, comuns a todas as regiões metropolitanas que não possuem um planejamento adequado.     A centralização do automóvel como modelo predominante de locomoção representa a variável mais destacada dessa situação supracitada e as principais razões para isso são a falta de confiança no transporte público coletivo, a cultura consumista em relação ao carro e os inúmeros incentivos dados pelo Governo na produção e comercialização do veículo.
            As intervenções urbanas nos últimos anos na capital amazonense tiveram como objetivo primordial a melhoria ou aberturas de novos complexos viários que beneficiassem apenas o usuário do transporte individual. Esse direcionamento foi responsável por gerar vias completamente adaptadas somente para o uso do carro, pouco para os ônibus, e praticamente nada para pedestres e ciclistas.  Disso, advém a desconfiança dos utentes em relação ao uso do transporte coletivo de massa e a individualização do sistema. A solução para isso nasceria de uma melhor gestão dos recursos disponíveis, conceito que é pré-requisito no entendimento de qualquer governante, uma vez que a aplicação de 41 milhões de reais no complexo viário Gilberto Mestrinho, inaugurado em 2010, se destinada à melhoria e aumento da frota de ônibus poderia ter resultados mais significativos.
            A cultura consumista em torno do carro no Brasil é procedente desde a era Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil entre 1956 e 1961. Nessa época houve a fundação de Brasília como capital do país, incentivos à abertura de rodovias e instalações de indústrias automobilísticas no território nacional. Diante da precariedade do sistema público de transporte em Manaus, o alto consumo do carro tem crescido estatisticamente ao longo dos anos e evidenciado a necessidade do poder público em convergir esforços para apresentar projetos e melhorias visando o interesse coletivo.
            Diante da necessidade em atrair empresas multinacionais visando tornar o país atrativo do ponto de vista empresarial e gerador de empregos, tem-se visto intensamente, desde meados de 2002, incentivos concedidos à produção e fabricação de veículos automotores. Fiat, Volkswagen, Renault são exemplos de indústrias automobilísticas que investem recursos milionários aproveitando-se desse grande mercado consumidor. É fato que a iniciativa privada tem uma parcela significativa no desenvolvimento do país, porém, é necessária a estruturação desse sucesso de modo que o recolhimento desses bons índices econômicos deva caminhar na direção paralela de uma infraestrutura de qualidade.

            A cidade de Manaus precisa se estruturar para comportar todo tipo de mobilidade e não apenas aquela centrada na figura do carro, regra válida para as principais regiões metropolitanas no Brasil. O excesso de carros é um problema comum a todas essas cidades e as intervenções do poder público são de suma importância. O desincentivo do uso do carro parte primeiramente do oferecimento da melhoria do transporte público, arborização e política paisagista que incentivem o deslocamento a pé e a abertura de ciclovias nas principais vias.

sábado, 20 de julho de 2013

O Impacto causado pelos Pólos Geradores de Tráfego na cidade de Manaus


A falta de planejamento urbano e a tomada de decisões errôneas do passado refletem nos dias de hoje. Nos anos 60, quando o país optou pelo transporte rodoviário como principal meio de transporte, houve um incentivo na compra e venda de automóveis, e, assim, as pessoas começaram a pensar na mobilidade urbana como algo individual e esqueceram-se de investir no transporte público, as consequências disto são visíveis nos dias de hoje. Nesta mesma época, a cidade de Manaus, com o incentivo da Zona Franca de Manaus cresceu de forma acelerada, e sem nenhum planejamento.
Manaus está entre uma das principais cidades brasileiras, e, assim como as outras metrópoles, o município já sofre com os problemas no trânsito. Este fato pode ser evidenciado diariamente nos engarrafamentos quilométricos sofridos pelos seus habitantes. Entretanto, através de uma análise mais detalhada, percebe-se que os principais corredores viários apresentam problemas semelhantes, dentre estes podemos destacar a ausência de divisão de faixas de rolamento, falta de espaços destinados a parada e estacionamento de veículos na vias da cidade, poluição visual, aglomerado de pólos geradores de tráfego, e dificuldades na mobilidade de pedestres.
O deslocamento das pessoas dentro de uma cidade ocorre em função da ocupação do solo, e segundo o Denatran, o município deve promover iniciativas visando garantir ao cidadão o seu direito de ir e vir de forma segura e preservando a qualidade de vida. Os pólos geradores de tráfego (PGT) são empreendimentos que atraem grande parte da população e traz consequências tanto para o sistema viário quanto para outros fatores em seu entorno, por este motivo, antes que seja instalado um PGT deverá ser analisado os reflexos que esta nova situação produzirá na cidade.
 Em Manaus, percebe-se uma total negligência com a implantação dos PGT’s, a cidade possui alguns aglomerados inflados por estes empreendimentos e sem qualquer infraestrutura para suporta-los. O licenciamento dos PGT’s é feito com base em critérios distintos daqueles indicados pelas normas e o resultado disto é o surgimento de gargalos no tráfego causando transtornos à população.
A falta da análise dos impactos sobre as vias de acesso e adjacentes é perceptível quando se encontra problemas no tráfego, sendo mais frequentes os picos de congestionamentos próximo aos PGT’S. Este fato pode ser agravado com a utilização das vias públicas para estacionamento, e provável bloqueio das vias de acesso dos pedestres. Além disto, verifica-se um conflito entre o tráfego de passagem e aquele que se destina ao PGT.
Desta maneira, verifica-se que a via sofre um esgotamento viário e recomenda-se que seja previsto a implantação de mecanismos capazes de reduzir ou reparar os efeitos indesejáveis sobre o trânsito da área.

A Evolução do Planejamento dos Transportes em Manaus


 
O Brasil é um país marcado por sua colonização exploratória, onde aqueles que detinham poder eram os mesmos que definiam os rumos de expansão da colônia, assim, o crescimento do país foi resultado da necessidade dos colonizadores na época.
A cidade de Manaus, localizada no estado do Amazonas, desde sua descoberta, foi tida como um local distante dos grandes centros urbanos. No fim do século XIX, o ciclo da borracha teve seu apogeu, trazendo riquezas e benefícios para a cidade, ou seja, sendo a primeira cidade do Brasil a possuir luz elétrica, com a implementação dos bondes elétricos como meio de transporte. Nesta época, o Brasil reconhecia o modal ferroviário como um meio de transporte principal, além de oferecer baixo preço, grandes volumes de tráfego e percorrer grandes distâncias, assim, devido a importância do ciclo da borracha para o Brasil, iniciou-se a integração ferroviária do Amazonas com o restante do país.
Contudo, foi um período que durou pouco tempo, e então, no início do século XX a borracha teve seu declínio, levando Manaus ao profundo esquecimento e abandono, e assim, a integração ferroviária também entrou em crise. Durante este período a ocupação populacional da cidade era mais concentrada na área sul, centro-sul, oeste e centro-oeste, devido a proximidade do centro da cidade e dos grandes polos culturais, como o teatro amazonas.
Só então nos anos 60, com a implementação da Zona Franca de Manaus, a cidade sofreu um crescimento econômico e populacional, com imigrantes vindo de diversos locais do Brasil e ocupando principalmente as regiões leste e norte do município, tendo o bairro da cidade nova como a área mais populosa da cidade. Nesta mesma época, o governo do então presidente, Juscelino Kubitschek, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil, através da implementação de centenas de rodovias dentro mesmo, e com isto, aquela integração ferroviária foi substituída pela integração rodoviária.
A Zona Franca de Manaus continua sendo o principal polo econômico, levando trabalho e renda à todo o estado. Entretanto, a ligação do Amazonas com o resto do país ainda é comprometida, uma vez que a malha ferroviária e rodoviária que tentaram implementar nunca foi efetivamente concluída com qualidade e eficiência. Outro agravante que se mostra, é o fato do estado ser banhado por uma malha fluvial, e segundo especialistas, este deve ser o modal escolhido para a região, valorizando aquilo que o local já possui.
Dentro da cidade de Manaus, o transporte público é feito principalmente através de ônibus que deslocam as pessoas em todos os pontos da cidade. Contudo, a falta de um planejamento prévio de crescimento populacional levou à diversas falhas na malha rodoviária da cidade que comprometem a mobilidade urbana. A falta de investimento em mais de um modal e, por consequente, a integração dos mesmos, levou ao caos urbano, onde cada cidadão prefere adquirir um automóvel particular à se arriscar no transporte público oferecido. 
Assim, percebe-se que o transporte no Brasil e, especificamente em Manaus, passou por diversas modificações durante sua história e até hoje sofre consequências das escolhas errôneas. Já está na hora do país traçar um plano de transporte que abranja todos os estados e ofereça um transporte público digno aos seus habitantes.

  
http://radaramazonico.com.br/milhoes-para-a-mafia-do-transporte-coletivo-de-manaus-diz-deputado/

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A FALTA DE CALÇADAS TRAFEGÁVEIS NA CIDADE E COMO MUDAR ESTE CENÁRIO

Cidades planejadas tem como prioridade o tráfego de pessoas em suas vias, seja por bicicleta ou caminhada. Estas geralmente fazem com que sua população tenda a usar mais os meios não motorizados, pois as atraem devido as suas condições agradáveis para passeio. As calçadas são um tipo de via que permite esse transporte. Manaus deixa a desejar nesse quesito, já que em suas principais vias, poucos são os trechos possíveis de ser completados por meios não motorizados como bicicletas ou mesmo a pé.

Uma avenida que poderia começar a instalar calçadas passeáveis e mudar esse cenário era a Djalma Batista, pois possui vários pontos atrativos à população como shoppings e praças, além de possuir grande extensão. Uma proposta para levar a Djalma Batista a ter calçadas trafegáveis seria o desbloqueio, alargamento, continuidade e arborização destas, que são estreitas em diversos pontos e também difíceis de passar por vários obstáculos como postes, paradas de ônibus, colunas e estacionamentos.

Para isto ocorrer seria necessário um grande plano e equipe dos governos municipal e estadual no estudo do problema, visto que esta alteração iria afetar muitos estabelecimentos empresariais e comerciais. Uma análise sobre os impactos que uma obra de tais proporções irá gerar, durante e após conclusão, e o cálculo de custos totais, são fundamentais para a viabilização, assim como os objetivos devem estar bem claros para uma conscientização e entendimento dos benefícios futuros para todos.

Um ótimo planejamento com análise das vantagens e desvantagens é de suma importância, pois para a execução disto, seria necessária a desapropriação e recuo de vários estabelecimentos comerciais, deixar várias calçadas intrafegáveis por certo período, o que em uma via de grande movimento seria problemático, além do que, iria gerar transtornos no trânsito como engarrafamento da avenida que é uma das principais da cidade.

Porém os benefícios seriam muito maiores, já que a população passaria a usar mais os meios de transporte não motorizados para se locomover, diminuindo o número de veículos, a poluição visual diminuiria com a implementação da vegetação e distanciamento de edificações, a avenida deixaria a cidade mais atrativa, assim como outras que possuem seus calçadões (Ipanema - RJ, Av. Beira Mar - FO, Av. Paulista - SP e etc.), sendo que poderia ser posto em determinados trechos ou ao longo total, ciclovias, assim como, a cidade estaria caminhando para uma mudança na organização dos transportes, que começaria a priorizar as pessoas e não mais os veículos como em outros tempos. Contribuindo desta forma, para a melhoria da mobilidade urbana que é tanto questionada pelos moradores de Manaus.

Portanto, este problema que é recorrente em todas as principais ruas da cidade teria seu ponto de início para uma correção mais ampla, trazendo vários benefícios como os já citados. Sendo que os habitantes da região são de extrema importância para que isto possa ocorrer, pois sua vontade determina muitas decisões governamentais. 

Vias de Manaus - Fotos

Alguns dos problemas encontrados nas principais vias da cidade de Manaus:



 Calçada bloqueada por poste de luz e proteção de concreto - Av. Efigênio Sales (18.07.13)

 Calçada bloqueada por placa de sinalização de trânsito - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Calçada sendo usada com estacionamento para carros - Av. Maceió (18.07.13)
Via não possui acostamento ou ciclovia - Av. das Torres (17.07.13)
 Suporte de antiga placa de sinalização de trânsito bloqueando a calçada - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Calçada bloqueada por poste de luz e proteção de concreto - Av. Efigênio Sales (18.07.13)
 Av. Maceió também não possui nenhum tipo de acostamento - Av. Maceió (18.07.13)
 Av. General Rodrigo Otávio é outra via sem acostamento - Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
 Av. das Torres sem acostamento - Av. das Torres (17.07.13)
  Outra parte da Av. das Torres sem acostamento - Av. das Torres (17.07.13)
A falta de acostamento é observada em toda a extensão da via - Av. das Torres (17.07.13)

Vida de Pedestre

Vida de Pedestre


Manaus possui um sério problema: as calçadas. As calçadas da cidade de modo muito curioso mostram não serem feitas para os pedestres. Mas afinal, se as pessoas não podem usar, quem é que irá fazer isso? Mas a resposta vem logo. As calçadas são feitas para os postes de luz e as placas de sinalização de trânsito, e também para serem usadas como estacionamento pelos carros e motos. É uma situação curiosa e aparentemente não muito complexa de ser resolvida, mas que causa constrangimento e dificuldade para as pessoas que estão se locomovendo a pé.

Os pedestres existem antes dos carros, carroças, motos, caminhões, metrôs e qualquer outro tipo de transporte. E a locomoção a pé existe muito antes de todos esses meios de transporte também, por conseqüência. Mas o fato dos carros terem dominado a cidade de Manaus influencia o poder público de forma a priorizar os veículos a motor e esquecer o resto, incluindo o pedestre.

E quais as soluções para o problema? Seriam coisas de outro mundo, complicadas e inviáveis? Vamos analisar. Um poste de luz no meio de uma calçada. Na grande maioria das situações, existe espaço para que o poste de luz seja colocado mais para o lado. A distância de 50cm faz uma imensa diferença numa calçada, por exemplo. Para efeito de comparação, uma porta de banheiro, onde uma pessoa passa normalmente, possui geralmente 60cm. Deslocar os postes de luz 50cm para o lado é uma solução fácil de se resolver, e que pode ser feita na hora da instalação do poste.

As placas de sinalização de trânsito caem na mesma situação. Elas também podem ser deslocadas para o lado, não ficando no meio das calçadas, que na cidade de Manaus já são geralmente estreitas, e não atrapalhar o pedestre. Além do pedestre, existe outro “tipo” pessoa que sofre ainda mais: o “P.N.E.” (Portador de Necessidades Especiais). Como alguém numa cadeira de rodas pode trafegar numa calçada de 1m de comprimento e com um poste exatamente no meio dela?

Além de deslocar os postes, precisa-se acabar com o uso das calçadas para estacionamento de carros e motos. E nesse caso o “culpado” não é apenas o indivíduo que estaciona seu veículo em cima da calçada, mas também o estabelecimento que está próximo da via. Comércios, escolas, entre outros, precisam possuir um estacionamento próprio e que atenda a necessidade requerida. Caso não tenha, e não possa construir um espaço, não deve receber autorização para abrir. O poder público deve checar o lugar e ver se tem condições ou não de se abrir uma escola, estabelecimento comercial ou qualquer outro tipo de coisa no determinado local.

A solução é difícil? Inviável? Existem fiscais na prefeitura, por exemplo, que podem fazer isso. Existe um órgão que deveria checar esse tipo de coisa. O Implurb, Instituto Municipal de Planejamento Urbano deveria atentar justamente para o “Planejamento Urbano”. Não é uma coisa de outro mundo colocar os postes um pouco mais para o lado, as placas de sinalização também, possuir um estacionamento se você tem um PGT (Polo Gerador de Tráfego) na via. Não é uma coisa sem sentido as calçadas serem feitas para as pessoas. É normal, e é o que deveria acontecer na cidade de Manaus. Resolver é fácil. Pode ser feito antes mesmo de existir o problema. Mas enquanto as calçadas ainda estão assim, como é difícil essa vida de pedestre!

                            Calçada bloqueada por poste e proteção de concreto
                            Av. Efigênio Sales (18.07.2013)
                              Calçada bloqueada por placa de sinalização
                              Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
                            Calçada sendo usada como estacionamento
                            Av. Maceió (18.07.13)
                            Calçada bloqueada por poste e proteção de concreto
                            Av. Efigênio Sales (18.07.13)
                             Calçada bloqueada por placa de sinalização
                             Av. General Rodrigo Otávio (16.07.13)
Ausência de calçadas em Manaus

As calçadas são de principal importância para o sistema viário, visto que são responsáveis pela circulação de pessoas, funcionando como vias de acessos para tráfego de pedestres, de forma a produzir tanto para estes quanto para os motoristas um transito satisfatório no sistema de uma cidade. Essas vias, são consideradas componentes de uma infraestrutura básica, dessa maneira não deveriam ser banalizadas, pois as mesmas são opções mais adequadas e práticas para a locomoção de pedestres. A mobilidade urbana é diretamente dependente das calçadas, para o deslocamento de pessoas, pois somente é através delas que a população pode transitar de maneira mais segura, garantindo sempre o conforto para o pedestre.
A acessibilidade nas calçadas é um direito que toda população deveria usufruir, no entanto não é o que acontece em Manaus, por conta do estado degradante delas e principalmente pela sua ausência. Ao circular pela cidade, é comum observar, principalmente nas avenidas Djalma Batista, Darcy Vargas e Efigênio Sales, diversos problemas nas calçadas, tal como obstrução; obstáculos no meio das vias – por exemplo postes e lixeiras; falta de manutenção e rampas para portadores com deficiência (PCD); declividades e aclives fora dos padrões estabelecidos por norma; degraus desregulares. Um dos problemas mais comuns analisados na região, sem contar com a falta de conservação e a largura pequena das calçadas, são os camelos ocupando um amplo espaço, dificultando o acesso dos pedestres, fazendo com que os mesmos transitem pelas ruas ou avenidas. As péssimas condições de circulação nas calçadas para os PCD’s tornam difícil ou até inviável o tráfego por essas vias.

A partir da análise exposta, observou-se que as calçadas das vias das principais avenidas da cidade de Manaus se apresentam de forma inapropriada para a circulação de pedestres em geral. Desta forma é preciso adequar as mesmas para que atendam as necessidades de todos, tomando as seguintes providências: construção de calçadas estruturadas, com inclinação que permita a passagem adequada de pessoas sem e com necessidades especiais e largura suficientemente segura para pedestres; sinalização adequada para deficientes visuais; estacionamentos organizados que não atrapalhem a circulação de pessoas; retirada dos ambulantes que ocupam as calçadas e a locação dos mesmos em pontos comerciais, auxiliando-os a sair da informalidade; alocar de forma inteligente as lixeiras e postes para que não atrapalhem a mobilidade; construção de rampas padronizadas permitindo o fácil acesso para cadeirantes; e também, uma maior conscientização da população para o cuidado e respeito com as calçadas, possibilitando assim a manutenção do sistema.


    Anexos:

    Av. Djalma Batista:

    1. Obstáculos (carros, postes, camelôs) que impedem a passagem de pedestre e obstruções nas calçadas.

           





    Av. Darcy Vargas:

    2.  Ausência de rampas para portadores com deficiência (PCD).



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Polos Gerados de Problemas no Trânsito


A necessidade das pessoas de se movimentarem da inicio a importância de se planejar sistemas para que elas o possam fazer de forma que garanta sua mobilidade e acessibilidade. A cidade de Manaus antigamente seguia basicamente o modelo de muitas cidades da época, em que o cidadão podia se deslocar pra vários locais percorrendo pequenas distâncias uma vez que os comércios, lojas restaurantes, hospitais e outros estabelecimentos se concentravam no centro da cidade, fazendo assim que as pessoas levassem em média 30 minutos nos seus deslocamentos para esses locais.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento da zona franca de Manaus o qual trouxe uma grande explosão no crescimento populacional da cidade, a mesma já necessitava de um planejamento que acompanhasse o desenvolvimento e o crescimento da cidade, porém, não foi o que aconteceu, pois a cidade cresceu de forma desordenada e começaram a surgir edificações e empreendimentos por todos os cantos que por falta de planejamento que não previam sistemas que pudessem facilitar ou simplesmente não causar impactos no trânsito de cidade, paralelo a isso, as invasões que foram surgindo com a expansão da cidade, também agravaram o problema da falta de planejamento, pois, a partir de então, gerou-se a necessidade de um sistema que pudesse abranger essas diversas comunidades agora espalhadas ao redor de Manaus.
A ocupação desordenada do solo de Manaus, vêm trazendo cada vez mais problemas na questão do trânsito que é diretamente afetado por isso, por causa do descaso de alguns estabelecimentos, comércios, shoppings e outros empreendimentos que são polos geradores de tráfego (PGT) e por causa disso deveriam se preocupar em dar acessibilidade para que as pessoas ao entrar e sair destes estabelecimentos, não gerassem nenhum tipo de problema para quem está nas vias de passagem, porém, não é isso o que vem acontecendo nesses últimos anos, estes empreendimentos ocupam de forma desordenada o espaço urbano sem se preocupar em dar estacionamentos, fazendo com que os usuários estacionem seus veículos em qualquer parte das vias, muitas vezes até onde é proibido estacionar. Podemos notar também que muitos desses PGT não viabilizam o escoamento do fluxo de veículos para que ao entrarem ou saírem do estabelecimento, estes passem por uma via de ligação antes de entrar na via principal.  

Portanto, os polos geradores de tráfego associados a falta de planejamento de transportes, causam impactos diretos no trânsito de Manaus, uma vez que estes não se preocupam em interagir o trânsito dos usuários em seus estabelecimentos, com aqueles que não estão nele, fazendo assim que haja desordem tanto na entrada quanto na saída destes gerando mais congestionamentos e consequentemente a lentidão do trânsito como um todo.

Efeito Dominó da Falta de Planejamento de Transportes


Gilmar Castro de Aquino Junior
A falta de planejamento de transportes na cidade de Manaus vêm trazendo uma séries de problemas que ocorrem como um efeito dominó, onde uma peça derrubada empurra o restante das peças, e a peça final desse sistema resulta na insatisfação dos usuário de transporte sejam eles motorizados ou não.
O usuário de transporte público é um dos que mais sofre com a falta de planejamento, pois o sistema público de transporte em decorrência disso, torna-se ineficiente. Os usuários passam horas dentro de um ônibus coletivo devido aos enormes engarrafamentos na cidade em horários de pico e atualmente em horários comuns em que deveria haver mais fluidez nas vias da cidade, bem como os usuários de transporte particular também sofrem por esse ciclo de problemas que a falta de planejamento causa no sistema de trânsito da cidade.
Devemos também levar em consideração a questão cultural, ou melhor, a falta dela, que faz com que a população necessite de campanhas de conscientização para adotar outros métodos de deslocamento para chegar ao seu destino, sendo que estas campanhas também ainda não existem na nossa cidade, assim, percebemos um enorme número de veículos que trafegam muitas vezes apenas com o condutor e com um agravante, que é a questão de muitas vezes seu destino fica a poucos quilômetros do seu local de saída, o que poderia então fazer o usuário adotar outra solução pra chegar ao seu destino passando a ser menos um veículo congestionando as vias, porém o mesmo prefere andar no seu transporte particular devido ao precário sistema de transporte público, o que também acaba gerando mais custos no transporte coletivo uma vez que este precisa fazer longas distâncias com poucos passageiros. A falta de ciclovias e a ausência ou má ocupação das calçadas dificulta qualquer cidadão de chegar ao seu destino, pois uma calçada ocupada implica muitas vezes que o cidadão tenha que andar nas beiras das ruas onde trafegam todo tipo de veículos.
Outro fator que também podemos observar é a questão da insegurança que o cidadão sente se por ventura lhe ocorre de fazer seu trajeto caminhando, ou até mesmo se este opta por esperar o transporte coletivo ainda mais nos horários noturnos, pois sabemos que muitas das ruas da nossa cidade são perigosas e não tem policiamento em qualquer horário muito mais quando se trata do horário noturno, logo, o cidadão não está disposto a arriscar sua vida quando pode fazer sua ida e/ou volta caminhando, nem de bicicleta e nem quando está esperando o transporte público nas paradas de ônibus.

Portanto, a falta de planejamento de transporte de um modo geral desorganiza o trânsito, cria congestionamentos, aumenta o número de veículos sobre o pavimento asfáltico o que gera custos no sistema de transporte como um todo, além de não dar condições para que o usuário arranje outros meios de se locomover quando no caso deste precisar fazer pequenos trajetos.

A evolução do serviço de transporte coletivo em Manaus


O transporte coletivo pressupõe o atendimento da necessidade de deslocamento de trabalhadores e pessoas em geral, englobando assim aspectos econômicos e de mobilidade urbana. Dessa maneira, atua como suporte para o desenvolvimento da atividade econômica e provê o bem estar da população, quando funcionando de maneira eficiente. Em Manaus, desde o final do século XIX, é possível observar, através de leis aprovadas nessa época, a preocupação do poder público em suprir a capital com serviços de locomoção urbana.
   Os primeiros transportes coletivos, implantados em 1896, foram às locomotivas de tração a vapor, que atuaram de forma temporária. Somente nos anos finais do século XIX, ocorreu a implementação dos bondes elétricos, que era considerado o meio de transporte mais moderno a época. Porém havia dificuldades para instituir o sistema de bondes, como a construção e amplificação das linhas de tráfego, devido a disposição espacial da cidade. Como não atendia toda a demanda necessária, a população se mostrava insatisfeita, o que gerava certo desconforto político. Mesmo com os impasses, em 1897 já existiam 16 km de linhas, com 16 bondes para o transporte de cargas e 10 bondes para o transporte de pessoas. Em 1913, o sistema de bondes elétricos começou a decair junto com o declínio do mercado da borracha. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a utilização dos transportes de bondes diminuiu ainda mais, por motivos econômicos e pela insuficiência na produção de energia elétrica.
  Com o declínio dos bondes elétricos na cidade de Manaus, iniciaram os primeiros serviços de transporte de ônibus. Mesmo com a decadência dos bondes, os dois concorriam entre si, com o transporte de bondes mais voltados para as áreas centrais e o ônibus atendendo as demandas das áreas periféricas. Apesar dos problemas dos bondes, os seus serviços funcionaram até 1957, onde foram finalizados em contraposição aos habitantes, pois eram considerados mais econômicos que os ônibus. A partir de então, o ônibus passou a ser o principal meio de transporte coletivo até os dias de hoje.
   Apesar do transporte público na capital ser essencialmente baseado no uso do ônibus, o mesmo não deixou de ser alvo do descontentamento da população. O sistema não tem capacidade para transportar a demanda necessária, apresentando problemas de superlotação, atrasos, imprevisibilidade e até paralisação de viagens por problemas mecânicos devido à falta de manutenção da frota.
  Além disso, a tarifa elevada do sistema não condiz com o serviço prestado aos usuários. Situação essa que tem gerado discussões, reclamações, e até protestos por parte da população objetivando a diminuição no valor da tarifa e a melhoria do serviço.
  Outras soluções de transporte coletivo têm sido propostas para Manaus, como o Monotrilho e o Bus Rapid Transit (BRT), contudo nenhuma das alternativas até o momento se mostrou técnica e economicamente favoráveis por não promover a integração do sistema como um todo.
        Portanto, é possível perceber que, apesar de inicialmente planejado, o transporte coletivo da capital tem sido sempre incapaz de atender as necessidades de seus usuários. A falta de planejamento encarece muito a prestação de serviço e o torna ineficiente. Tornando assim muito difícil a situação daqueles que dependem do transporte coletivo e desencorajando o seu uso em frente ao transporte individual.

Problemas pela ausência de planejamento de transporte em Manaus


      O planejamento é a principal causa do sucesso de uma boa logística do setor de transporte, visto que é onde se tem um estudo prévio do funcionamento do sistema de uma cidade, para que assim evite problemas de tráfegos futuros. Esse estudo engloba fatores que visam buscar soluções e melhorias da acessibilidade e consequentemente da mobilidade urbana, conforme o uso do solo. De acordo com a utilização, como por exemplo, uso para construções de shoppings, áreas de lazer e etc, são atraídas e produzidas diversas viagens para acesso em determinadas áreas não frequentadas, tanto para pedestres como para veículos, conhecido como pólos geradores de viagens.
A cidade de Manaus sofre cada vez mais pela ausência desse estudo de planejamento de transporte, pois é por consequência disso que se origina o crescimento desordenado da cidade, aumentando o número de deslocamentos, assim, com esse excesso, colaborando o transporte público a piorar na sua qualidade e resultando de uma necessidade maior de infraestrutura. Com o crescente número de viagens e a falta de um bom meio de transporte coletivo, muitas pessoas estão optando em ter automóveis particulares, ocasionando congestionamentos excessivos, como é bastante presenciado nas avenidas Efigênio Sales e Djalma Batista, por exemplo, principalmente em horários de picos. Outros problemas sucessivos são bastante questionados também, como a redução do fluxo de veículos em que aumentam o tempo de deslocamentos, ausência de mais vias necessárias para tráfego, inexistência de ciclovias nas ruas e avenidas, além de tarifas mais caras no setor de transporte.
Solucionar todos esses problemas vivenciados pelos cidadãos não é simples, pois requer bastante estudo e tempo. Algumas sugestões poderiam ser aplicadas na maiorias das ruas de Manaus, para que assim diminuísse o caos que existe hoje na cidade, como aprimoramento do sistema viário efetivo buscando melhorias, aplicação de semáforos inteligentes para auxiliar na fluidez dos veículos, construção de ruas e avenidas mais largas com adaptação de ciclovias, contratação de mais profissionais especialistas na área. Essas soluções poderiam trazer uma redução no trânsito, mas não solucionariam definitivamente, pois necessita de uma análise mais aperfeiçoada e bem planejada, para que possa ter um êxito na sua execução.

Por fim, saber planejar é um grande desafio não somente para Manaus, mas para as demais cidades, pois além de precisar de profissionais capacitados na área, precisa de investimentos na infraestrutura, para que assim possa conciliar os dois fatores principais de um sistema de transporte ideal, o planejamento e a execução. Colocando esses dois fatores em prática, evitará muitos problemas futuros vistos diariamente e principalmente beneficiará a produção na economia, visto que o transporte é considerado um agente indutor de desenvolvimento e recursos. 

Fotos dos problemas nos principais corredores da cidade de Manaus

  • Calçadas bloqueadas 
Grade bloqueando passagem de pedestre no canteiro central da Darcy Vargas

Poste no meio da calçada na Constantino Nery

Árvore bloqueando passagem na calçada da Djalma Batista

Poste e proteção no meio da calçada na Ephigênio Salles


  • Falta de estacionamento/acostamento

Av. Djalma Batista
  • Calçadas estreitas
Passagem subterrânea Darcy Vargas

Passagem subterrânea Djalma Batista
  • Sinalização
Faixa de pedestre na Constantino Nery apagada



Fotos Djalma Batista

 Ocupação das calçadas
 Falta de sinalização
 Obstrução da calçada


 Excesso de linhas e falta de corredor exclusivo de ônibus
Encontro da Av. Djalma Batista com Av. Recife

Quando Entram as bicicletas?

E Quando Entram As Bicicletas?

Em 1822 iniciaram-se alguns pensamentos e tentativas de organizar o novo sistema de transportes do país que acabara de surgir com a independência, resultando numa lei de 1828 que regulava competências dos governos (Imperial, Provincial e Municipal) a proverem navegação nos rios, construir estradas e etc.

Após isso, o sistema de transportes brasileiro foi evoluindo com criações de estradas (como a União-Indústria em 1861 e a Filadélfia-Santa Clara em 1857) e de planos de viação para um desenvolvimento desse sistema de transportes (como o plano Rabelo para construção de 3 estradas reais, em 1838 e o Plano Moraes de 1869 que trazia um esboço das vias navegáveis do país).

Em 1911 foi criado o único órgão central para o planejamento de transportes nacional, a inspetoria Federal de Estradas, visando fiscalizar todos os serviços de construção de vias rodoviárias e ferroviárias. Assim, os anos e décadas foram passando-se e a importância de ter estradas de rodagem e ferrovias no país foi crescendo, até em 1957 o desenvolvimento rodoviário ser impulsionado pela implantação de uma indústria automobilística por JK.

A partir dos anos 60 surgem os grandes planos viários acompanhando o desenvolvimento da indústria automobilística e também as primeiras fábricas de bicicletas no país. Surgem cerca de 50 fábricas desse meio de transporte sustentável, porém no início dos anos 70 o mercado é dominado por apenas 2 gigantes: Caloi e Monark. Em 1973, ao mesmo tempo em que é concebido o atual Plano Nacional Viário, as 2 grandes fábricas de bicicleta intensificam sua produção. Uma importante empresa automobilística, a Peugeot, também tenta começar a produzir o produto, porém sem sucesso.

A Caloi Norte entra no Polo Industrial de Manaus em 1975 e as bicicletas começam a ser produzidas em Manaus. Enquanto no Rio de Janeiro criam-se grupos de Mountain Bike, na capital do Amazonas não existe incentivo e nem um grande número de pessoas utilizando a bicicleta. Porém, a Zona Franca permite que a fábrica continue na região para produzir.

Nos anos 90 o público do sudeste vê Mauro Ribeiro, um ciclista paranaense tornar-se profissional e vencer uma etapa do Tour de France, mais importante prova ciclística do mundo. Isso aumenta o número de pessoas que praticavam o ciclismo por lazer, e agora, por esporte na região.

Em Manaus, devido ao aumento do número de carros e congestionamento na cidade, procuram-se alternativas de meios de transporte sustentáveis e saudáveis, e a bicicleta surge como opção. Desde 2010, um grupo de ciclistas (Pedala Manaus) se reúne para praticar o ciclismo como atividade de lazer. Neste mesmo ano é inaugurada uma ciclofaixa na Ponta Negra.

No ano de 2013, o vereador Reizo Castelo Branco deu entrada num projeto de lei para destinar 5% de todas as vias para ciclovias e ciclofaixas, como tentativa de colocar de vez a bicicleta como modalidade de transporte na cidade. Atualmente, para atender as cerca de 27mil pessoas (Pedala Manaus) que utilizam a bike como meio de transporte, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano discute com os ciclistas do Pedala Manaus, alternativas para a implantar faixas para as bikes em toda a cidade.

O Centro Histórico da cidade recebeu uma ciclofaixa inaugurada no dia 17 de março e mais recentemente, no dia 03 de julho a prefeitura de Manaus divulgou notícia da construção de uma ciclovia de 14,6km indo do Boulevard à Ponta Negra, provando que talvez uma das alternativas para os problemas de trânsito da cidade de Manaus seja o uso da bicicleta.

Por que não as bicicletas?


Por que não as bicicletas?

Até 1850 o transporte era essencialmente a pé em todas as partes do mundo. A partir daí começaram os primeiros estudos relacionados ao planejamento dos transportes, tanto internacionalmente como no Brasil. Devido ao trânsito nas cidades, começou-se a olhar mais atenciosamente para o sistema de transportes e como ele deveria ser integrado no espaço urbano. Em 1950 essas cidades começam a inflar de automóveis e o planejamento dos transportes passa a ficar cada vez mais importante. Junto com os automóveis, no começo dos anos 60, cerca de 30 marcas de bicicleta começam a ser produzidas no país.

Atualmente, a bicicleta é vista como uma possibilidade de meio alternativo de transporte a ser adotado pensando em reduzir o impacto ambiental negativo, preservação do meio ambiente, redução do tráfego e congestionamento nas grandes cidades e outros. Tanto que no dia 4 de junho de 2013 o vereador Reizo Castelo Branco deu entrada na câmara municipal de Manaus em um projeto de lei que visa instituir a bicicleta como modalidade de transporte regular na cidade, dedicando 5% das vias urbanas para construção de ciclovias e faixas além de estacionamentos em pontos estratégicos como shoppings, praças, prédios públicos e outros, visando a redução do impacto ambiental negativo e melhorar a qualidade de vida da população.

Na cidade de Manaus, grupos de ciclismo, fundados para pedalar como formas de atividade física buscam discutir junto ao Implurb alternativas para o uso da bicicleta como meio de transporte viável na capital amazonense, discussões essas que fazem parte do "Plano Cicloviário de Manaus". Se colocados em rodas de debate entre os cidadãos de Manaus, alguns pontos são observados como problemas para a utilização da bicicleta como meio de transporte na cidade. O forte calor é o primeiro deles. Mas existem diversas soluções referentes ao problema da temperatura. Os trabalhadores que utilizariam a bicicleta para ir ao trabalho à escola, por exemplo, não sairiam de casa num horário de forte calor e sol intenso, visto que a maioria dos estabelecimentos comerciais e de estudo inicia as atividades às 7 horas da manhã. Outro ponto é o fato de que acompanhado da implementação de ciclovias na cidade poderia-se começar um projeto visando plantar árvores nesses trajetos de ciclovia, a fim de melhorar o clima para o ciclista. Belém é um exemplo de uma cidade que fica na Região Norte, mas tem uma sensação térmica muito agradável nas regiões centrais pelo fato de haver árvores em todos os lugares.

O segundo ponto trata-se dos perigos de se usar uma bicicleta como meio de transporte. Na área urbana os motoristas não costumam respeitar as regras e trânsito e são perigos para eles mesmos. Pior ainda no caso dos que pedalam. Mas a solução desse caso parte da adequação das ciclovias. Nas grandes vias onde parte delas seria dedicada às bicicletas, a simples colocação de um meio fio para cercar o espaço já impediria a invasão dos carros na ciclovia, diminuindo muito a chance de ocorrência de um acidente. Em Paris foi implantado o Velib há 5 anos, um sistema de aluguéis de bicicletas nas ruas que impulsionou a cidade causando a “Revolução das Bicicletas”. Por conta disso toda a estrutura viária da cidade foi re-planejada e com isso introduziu-se na cidade vias exclusivas e de mão dupla para bikes, trajetos que cortam e ligam bairros, sinalização, semáforos e outros.

Ainda somam-se aos benefícios a questão da diminuição da poluição ambiental devido ao transporte “verde”, a diminuição do número de carros nas ruas, a melhoria na saúde devido à atividade física, o incentivo ao esporte ciclismo, podendo-se trazer inclusive os grandes ciclistas do nosso país (Murilo Fischer, Rafael Andriato) para incentivar o uso da bicicleta. E com todos os benefícios e as condições que são criadas para o uso, que tal as bicicletas?

Por que se preocupar com o Planejamento dos Transportes

Por que se preocupar com o planejamento de transportes?

O homem sempre teve a necessidade de se locomover de lugar em lugar, seja para trocar o local onde vive, se deslocar para realização de alguma atividade ou qualquer outra coisa. No presente, essa necessidade é ainda maior devido às atividades cotidianas de todas as pessoas, sendo elas o fato de se deslocar até o trabalho, escola, faculdade, enfim, locomoção. Porém, tem-se visto cada vez mais o processo de deslocamento da população, seja por transporte público ou privado, ser mais e mais lento com o passar de cada dia, mês, ano. Isso se deve à falta do chamado “planejamento de transportes”.

Deve-se notar que o transporte influencia em todas as áreas do crescimento/desenvolvimento de uma cidade, estado ou país. No caso de não adequado, pessoas tem mais dificuldade de chegar ao trabalho, chegam mais desgastadas e cansadas, atrasadas, a tarifa é muito alta, enfim, e essa é uma série de fatores que influencia na sua produção onde quer que atue, refletindo diretamente na economia da região. Caso haja dificuldades de locomoção para colégios, faculdades, cursos, o processo do adquirir conhecimento também é afetado, causando reflexos na economia (por causa da produção dos profissionais que atuarão no futuro), educação, e outros. Além disso, o desenvolvimento de uma região também se dá de acordo com o modo como foi processado o planejamento de transportes do mesmo.

Um lugar que cresce sem um devido planejamento vira um caos no futuro. E, além disso, deve-se atentar pro fator que não há (ou pelo menos é muito difícil) como reverter o processo. Depois que uma cidade já cresceu daquele jeito, mudar é bastante complicado. Como explicar para uma população que casas serão retiradas de locais, ruas serão quebradas, alteradas, rotas serão alteradas e uma série de outras providências depois de “desenvolvida” e consolidada uma região? E o principal: como modificar e re-planejar toda uma determinada localidade depois de tudo já construído?

A cidade de Manaus é um exemplo atualmente do caos que causa uma falta de planejamento. Congestionamentos em todos os lugares, independentemente de se tratar de horário de pico ou não, falta de respeito no trânsito, pois as regras não são seguidas, inúmeros acidentes e etc. Não existem rotas alternativas, não existem meios alternativos de transporte tampouco infra-estrutura. Isso só causa um influencia no próprio local. Manaus é uma cidade com um pólo industrial imenso, onde existe a produção de diversos produtos em sua Zona Franca, e convive com a dificuldade do escoamento desses produtos por causa do “transporte”.

Outras observações que também podem ser feitas se devem ao impacto ambiental negativo causado pelos congestionamentos, que são causa direta dessa ausência de planejamento. Os gases dos automóveis despejados no ar, a poluição sonora, estética e outros merecem destaque e somam como aspectos negativos, além do fato de não existir condição nenhuma do uso de um meio de locomoção alternativo e verde. Aliás, um melhor transporte público por si só já é uma maneira de reduzir a poluição, encorajando a população a utilizar menos seus próprios automóveis e reduzindo a quantidade dos mesmos circulando nas ruas.


Portanto, motivos não faltam para haver preocupação com o planejamento dos transportes de qualquer localidade. Todas as atividades humanas necessitam de um deslocamento de algum modo, seja de pessoas, alimentos, bens ou qualquer outra coisa e dever-se-ia atentar para isso antes de procurar desenvolver os outros diversos setores de uma região, pois todos esses setores dependerão do transporte, afinal, é mais fácil e menos trabalhoso construir do que modificar e quando tudo é feito do modo adequado, a chance de prosperidade de qualquer atividade é muito maior.